AteusBr é um tributo aos visionários que tentaram libertar a humanidade da escravidão religiosa. E o "Livro mestre" dos ateístas.

sábado, maio 17, 2008

Morreu e fedeu... Acabou!



Além da morte ser um artifício que a natureza criou para renovar a vida.

Todos os organismos trazem em si o cronograma do seu fim.

Pois existem genes que coordenam o desaparecimento do individuo.

E a morte é uma certeza, um destino biológico, um evento justo, natural, esperado e não uma fatalidade.

Bem como, uma etapa inevitável da existência.


Pois enquanto a CIÊNCIA não for capaz de ampliar os nossos limites biológicos, e, sobretudo assegurar nossa saúde...

Tudo o que NASCER também envelhecerá e morrerá, já que a velhice é um processo natural e inevitável, onde as células vão deixando de cumprir a sua função.


Para fugir de uma realidade incomoda.

Superar o trituramento de que não existe cura para a morte, e que a longo prazo todos estaremos mortos...

As religiões fabricam lendas e estórias eivadas de revelações, sofismas ou fantasias, que transformam suas fábulas em intocáveis dogmas.


Até porque, as religiões são o “casulo” onde se escondem os que têm dificuldade de viver num lugar cruel, desigual, competitivo ou cheio de armadilhas.


A alegação de que a vida seria sem sentido porque sempre termina em morte... Seria uma afirmação falsa, simplista e mística; relacionada com o desejo de que nossa vida e a dos que amamos, deveria durar para sempre.


Todavia, não existe “Vida pós a morte”, o que existe são recordações que poderão nos fazer eternos.


O fato da morte ser um acontecimento inevitável, não significaria que a vida é uma porcaria. Pois se nossa existência, conforto, saúde, prazer e a posse temporária do que amamos, não fosse importante para nós, não ficaríamos frustrados com a certeza da nossa morte.

E não faria diferença se um dia, nossa vida terá de findar.


Embora seja difícil até para os racionais aceitarem que nossa existência não passa de um minúsculo tempo entre dois nada, os pessimistas em questão desprezam que para as coisas serem magníficas elas não precisariam durar para sempre.

E a maneira mais eficiente de destruir o valor de alguma “obra prima”, seja justamente reproduzindo a mesma ao infinito.

A vida não é um acontecimento inútil, mas sim, a base de tudo o que temos.


Pois o simples fato de darmos valor a inúmeras coisas que não duram para sempre provaria que a vida não precisaria ser eterna para ter algum sentido, mas sim, ser relevante.


Se não existíamos antes, como poderíamos existir depois?


Por que a morte do que não seremos, seria mais importante do que a morte de tudo o que não fomos?


Já que a morte consista em não ser nada e não estar em parte alguma...

Então todos já teríamos derrotado a morte uma vez, quando nascemos.


Além disso, a vida sendo uma “corrente” formada por infinitos laços que une todos, (para que outros possam viver), inclusive une os que ainda vão nascer, os que já morreram e os que ainda vão morrer...


Para nós e para os que amamos, não haveria a morte eterna.

Visto que a passagem gloriosa da nossa vida, assim como, o que fizemos, não poderá ser apagado nem turvado pela certeza da morte.


Apesar da morte ser a negação da vida; a morte é uma derrota insignificante, porque o indivíduo morre, mas o trabalho do mesmo, os seus descendentes e o sentido que ele deu à sua vida não morre.

E além disso, também ficam os frutos e as conseqüências dos acontecimentos que foram criadas pela existência do individuo.


A morte pode transformar em cinza o nosso corpo, os nossos amores e as nossas obras, assim como, impedir que continuemos a viver...

Mas a morte não consegue apagar a nossa passagem pelo mundo.

Não consegue impedir que estejamos vivos agora, e nem que já tenhamos vivido.

Pois ela não tira a importância da nossa vida e de tudo em que interferimos.


Se a morte é esquecimento...

A sociedade será comemoração.

Se a morte é silêncio e ausência de significado...

A vida biológica será o que dá significado há si mesmo e ao mundo em que vivemos.


Como o valor da vida é algo que nós humanos damos à nossa existência e ao mundo em que vivemos, face ao abismo insignificante do caos, que vencemos aparecendo, e ao qual nos submetemos morrendo; temos o direito de perguntar, tal como no “Livro sagrado): “Morte, onde está a tua vitória?”

Tudo tem um prazo de validade

Além de no “Adapte-se ou morra” da vida natural nada ser gratuito.

Tudo ter um prazo de validade.

E a natureza só se interessa pelos que podem passar os seus genes adiante.


Não haveria motivos para privilegiar a existência dos que já não conseguem se reproduzir, se tornaram obsoletos, ficaram velhos, perderam as oportunidades de cumprir suas tarefas biológicas ou foram superados pelos concorrentes mais novos.

Pois sem oportunidade, sem felicidade e sem saúde, nossa longevidade não passaria de um estorvo inútil, caro e sem sentido.


Embora a angustia de penetrar numa verdade insuportável, leve os místicos buscarem as bravatas doces e superficiais das versões religiosas.

Quanto mais compreendemos a vida, a Evolução e o Universo, com suas leis físicas, cosmológicas, matemáticas e piramidais; mais absurdo nos parece à fé das multidões, com seus “milagres”, suas explicações mágicas, suas recompensas “após a morte”, seus devaneios, suas versões emocionais, ingênuas, simplistas ou medrosas.


Se não bastasse que a morte seja o nada, a ausência completa de angústias e de desesperos, o fim das aflições, nenhuma existência e nenhuma consciência...

O filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.), nos ensinou que, não devemos temer a morte, pois se existimos a morte não existe.

E quando ela existir, nós não mais estaremos aqui.

Logo não haveria motivos para temer algo que só existirá quando não mais existirmos.

Seria lucro morrer?

Apesar da morte ser uma tragédia, a separação final, o complemento da vida, a destruição do ser biológico, o fim de tudo, o descanso eterno, uma passagem para outro nível de energia, onde nossos átomos continuariam existindo, mas sobre outra forma ou algum outro tipo de aglomeração.

E um povoado desconhecido, distante e sem estradas de retorno.


Caso a morte se transforme na “solução final”, significaria que a própria vida já se tornou um infortúnio.

Temos que aceitar que a vida tem um fim.

Que não existe cura para a morte.

Que a morte não é uma fatalidade, mas sim um destino com o qual temos que conviver.

Que um dia a morte chegará para nós e os que amamos.

E que a morte é para sempre.

Pois é inescapável que a natureza não tem interesse em mudar as regras de um jogo em andamento ou de modificar mecanismos que sempre funcionaram bem, apenas para suprimir os medos ou anseios, da única espécie que adquiriu consciência de que um dia terá de morrer.


Além da velhice ser um produto típico da civilização humana, e que só ocorre nos seres protegidos pelo homem.

É necessário que morramos, a fim de que devolvamos ao planeta as substancias que acumulamos. Deixemos de influenciar os que interagem conosco.

E possibilitemos que outros aproveitem ou reformem os nossos trabalhos, idéias, penduricalhos ou bens.


Numa sociedade hierarquizada pela vida, além das mudanças demorarem para acontecer e a influência ou o exemplo dos que mandam ou seduzem, serem tão forte que quase não se dissiparia.

A longevidade dos “especiais” dificultaria que os inexperientes, pouco habilidosos ou mal equipados, substituam os bem sucedidos.


Ainda que a existência de alguém não seja espetaculosa ou cheia de alegrias, a vida continua sendo à base de tudo, pois sem a vida não poderíamos fazer nada e nem sequer existir, já que para poder fazer alguma coisa seria necessário que primeiro estejamos vivo.

Todas as recompensas após a morte seriam fantasias da mente humana, um objetivo distante, absurdo, improvável, sem sentido, de finalidade duvidosa e que contraria as Leis da ciência, pois a crença na vida após a morte, não passa de uma fuga da realidade.


Além de nada valorizar mais um objeto do que a ameaça de perdê-lo para sempre, e os lúcidos afirmarem que “A vida é valiosa, porque ela acaba e não se repete”.

Se a vida não fosse infinita, ela não seria preciosa.


Vale lembrar que a vida não é um bem comunitário que pertenceria á sociedade ou que possa ser regulamentado pelos megalomaníacos “juristas de plantão”, mas sim, um bem único e pessoal.

A lenda de Títon e a deusa da alvorada

Para realçar que a saúde seria o bem mais gratificante, mais essenciais e mais necessário da vida bem vivida, lembramos que a deusa da alvorada Eos, ao esquecer de incluir a saúde no pedido que fez ao Deus Zeus, para que o mesmo concedesse a imortalidade a seu amado Títon, terminou transformando o “presente” numa maldição disfarçada, pois à medida que a velhice, a decadência e a decrepitude, foram desgastando a beleza, as oportunidades e a saúde do Títon...

O mesmo terminou sendo “condenado” vegetar numa carcaça tão velha e decadente, que com o passar do tempo, o outrora belo e magnífico corpo de Títon, teria se transformado uma “prisão perpetua” sem chance de

fuga ou perdão.