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segunda-feira, agosto 21, 2006

O triunfo de Darwin

Já que o homem há milênios, vem interferindo nos animais, nas plantas e no meio ambiente que o cerca. Já que as plantas e os animais domésticos não se encontram em seu estado original. Já que é possível criar em “laboratórios” outros seres idênticos aos originais. Transferir características intrínsecas de um organismo para outro ou mesmo criar seres psico e fisicamente programados (embora ainda não conheçamos os riscos que existiriam em juntar organismos que jamais se cruzaram). Questiono por que deveríamos frear a insaciável curiosidade humana ou desprezar as incríveis revelações que ainda serão feitas pela ciência do futuro, apenas para agradar o radicalismo dos que acham possível parar a “roda da ciência”? Embora o conde Georges Louis Leclerc de Buffon, 1707- 1788, depois de estudar os mamíferos. Alexander Von Humboldt- 1769-1859, comparar as plantas; Pierre Latreille- 1762-1833, comparar os insetos. E Georges Cuvier, comparar os répteis e outros organismos. Por terem falhado em encontrar uma espécie comum entre ambos, tenham fantasiado que, “as espécies teriam sido criadas de maneira independente”. “E que não tem cabimento procurar semelhanças entre o homem e os animais”. Darwin provou que a Lei de Buffon, estaria errada no tocante a evolução, pois o mecanismo mais importante da evolução seria a seleção natural, já que “na luta pela vida” os mais fortes destruiriam os mais fracos, ocasionando uma “seleção natural” dos mais aptos e assim as espécies iriam se transformando. Para realçar sua teoria Darwin argumentou que, embora as populações quando deixadas aos cuidados de si mesma, tendam a crescer indefinidamente; aos poucos, elas iriam reduzindo sua taxa reprodutiva, se dispersariam e formariam novas colônias menos densas e mais saudáveis, onde o número populacional se estabilizaria em um certo nível, pois ocorreria uma “luta pela existência”, já que quando não há alimentos, recursos ou oportunidades suficientes para todos, só os organismos mais bem adaptados conseguiriam sobreviver e se reproduzir. Sempre que os desafios ou mecanismos da vida criam um desequilíbrio entre o aumento populacional e os recursos disponíveis, os indivíduos seriam forçados a se empenhar numa “luta pela sobrevivência”, na qual os menos aptos ou de menos sorte, terminariam sendo superado pelos mais adaptados, pois esta infindável seleção, seria um dos mecanismos que ao longo do tempo, vem fazendo com que as espécies em altercação produzam outras bem mais adaptadas ao meio onde vive. Em novembro de 1859, Darwin tendo superado os bloqueios que o impedia de propor sua herética e polêmica tese, publicou o devastador livro “A Origem das espécies pela seleção natural”, onde relatar suas conclusões sobre o assunto, com um estilo próprio de expor, e mostrar que as espécies teriam passado por mudanças; pois haveria uma variação lenta, mas constante, já que na competição pela sobrevivência, os indivíduos com variações que seriam mais adaptáveis ao meio onde vivem, transmitiriam seus genes para as gerações seguintes. Darwin confirmou que as espécies não seriam imutáveis. Explicou que elas evoluem pela ação da sorte, do acaso e da interação do meio ambiente. Provou que os organismos sofrem pequenas mudanças. E chamou atenção do mundo científico, para o fato de que Quando alguma variação permite que o novo ser sobreviva e se reproduza com mais sucesso do que os seus competidores... A forma mais adaptada terminaria por substituir a mais antiga. Embora já se suspeitasse que os seres vivos, se movem pelos mecanismos do desequilíbrio, do acaso, da sorte e das necessidades, Darwin reformou os trabalhos do naturalista Lamarck, e explicou que, As Girafas não teriam ficado com o pescoço comprido pela necessidade de alcançar os galhos mais altos, mas sim, que teriam sobrevivido as que tendo o pescoço mais comprido, conseguiram comida suficiente. Mesmo atraindo a ira dos que enxergavam a evolução como um conceito diabólico ou uma ameaça ao “Establishment”, Darwin tornou possível entender que praticamos uma “seleção natural” quando matamos, criamos ou modificamos os seres que existem num determinado lugar, pois nossas interferências, alterariam o delicado equilíbrio biológico, que existiria no antigo local. Interfeririam nas chances que os diversos seres tinham de se adaptar ao meio ambiente onde se encontravam, e modificariam as gerações seguintes, o que por si só, já caracterizaria um processo de seleção natural. Observe que o nosso gado, aves, animais e plantas atuais, seriam produtos de uma lenta, mas constante manipulação ou “reengenharia”, já que os mesmos só existiriam na sua forma atual, por termos, enfraquecido seus inimigos naturais e moldado à evolução dos mesmos. O biólogo Richard Dawkins reiterou que Não há dúvidas de que os textos de ADN retirados de representantes de espécies diferentes têm provado letra por letra, que as árvores genealógicas das diversas espécies possuem as mesmas ramificações, até porque, já ficou provado que os humanos têm muito mais em comum com os outros seres vivos do que se imaginava e que todos os seres vivos atuais, teriam emergido de um ancestral primordial. Já não a dúvidas de que o chimpanzé e o homem evoluíram de algum ancestral comum, pois as revelações fornecidas pelos códigos genéticos, características morfológicas e pelas características bioquímicas de ambos, provou que vários órgãos e características dos mesmos seriam extremamente similares, e em alguns casos, até idênticos aos do homem. Os chimpanzés e os hominídeos seriam “parentes biológicos”, que se desenvolveram de algum ancestral comum já extinto, (que teria vivido há cerca de 15 milhões de anos), pois embora o cérebro dos símios, funcione de forma diferente do cérebro humano, e mais de 166 genes dos cérebros dos chimpanzés, ainda não sejam ativos como no homem, só cerca de 1,2% dos genomas dos chimpanzés, seriam diferentes dos humanos. Mesmo ainda não tendo desvendado todos os mecanismos que formam as diferentes espécies, podemos aprender coisas sobre o homem e o chimpanzé de duas maneiras distintas: Ou comparando suas biologias e estabelecendo assim os seus graus de parentescos (taxinomia), ou estudando os fósseis e determinando dessa forma a sua idade e evolução (paleontologia). Além da natureza abominaria os fracos, os que se rendem, os que desistem de lutar e os que não têm coragem de enfrentar as dificuldades. As doenças, dificuldades e desigualdades, atuariam como um super controle de qualidade que serviria para aumentar os desafios e a complexidade, tornando o fraco mais fraco e o forte mais forte, pois todos os dias temos de travar várias batalhas com nós mesmos e os nossos concorrentes, já que também faríamos parte da cadeia alimentar e seriamos a “refeição” de vários microorganismos. Embora pareça incorreto que alguns lugares sejam: muito quente ou frios de mais, muito seco ou encharcado, muito duro ou excessivamente mole e deserto ou super povoado... É evidente que a vida não seria como cada um prefere, mas sim, como teria que ser, pois as “tenções construtivas” sendo mecanismos que funcionariam como “prêmio” ou “castigo”, elas serviriam para eliminar os fracos e obrigar os capazes se esforçarem mais. E aproveito para desmistificar os que teimam em afirmar que o pai da evolução Charles Robert Darwin- 1809-1882, um dos mais brilhantes naturalistas de todos os tempos, teria vivido atormentado com o fato de ser religioso e ter feito descobertas contraditórias a sua fé... Pois o agnóstico Darwin só foi um homem atormentado porque tendo ele adquirido a “Doença de Chagas”, quando esteve no Brasil, acreditava ter transferido algum mal a sua inesquecível e querida filha Annie, que morreu de tuberculose aos 10 anos de idade. O fato de Darwin acreditar ter passado para sua filha preferida alguma doença que supostamente teria contraído quando realizou uma viagem ao redor do mundo, a bordo do navio Beagle (o caixão do morto), onde observou e fez pacientes estudos sobre a evolução, teria contribuído para que o cientista desafiasse a Igreja e deixasse de acreditar em algum deus que colocou no mundo as doenças e os diversos tipos de “abutres”. Pois a morte prematura de Annie foi parte do “motor” que fez Darwin pesquisar, refletir, observar, desvendar alguns mecanismos da evolução e provar que a “seleção natural” ocorre quando as forças da natureza induzem alterações nos seres vivos, através de sucessivas gerações, que transferem suas vantagens para as gerações seguintes. Essa culpa de que nunca se recuperou, incentivou Darwin investigar se as informações introduzidas nos genomas atuais, pelas gerações passadas, seriam um manual de sobrevivência, e se as mudanças por ele observadas, caracterizariam um processo de seleção natural (que só se daria, quando as informações, seriam introduzidas nos genes da próxima geração), já que as mesmas, informariam como sobreviver e se reproduzir, nas condições que prevaleceram, quando os ancestrais estavam vivos.Abraços do Lisandro