AteusBr é um tributo aos visionários que tentaram libertar a humanidade da escravidão religiosa. E o "Livro mestre" dos ateístas.

domingo, agosto 27, 2006

Do químico para o biológico

Como acreditar no milagre da “criação divina” seria desprezar o raciocino filosófico, negar a evolução e aceitar o fracasso da lógica. Argumento que as explicações religiosas para a existência do universo e o surgimento da vida, não seriam verdadeiras. Até porque todos os seres que já existiram, existem ou que virão a existir, teriam evoluído dos mesmos materiais básicos de que o universo é formado.
Já que dois terços do corpo humano é composto por hidrogênio, o átomo mais simples, mais abundante e mais antigo que existe, pois o mesmo teria surgido nos primeiros instantes do universo. E todo o cálcio, ferro, enxofre, carbono e elementos químicos que constituem os átomos dos nossos ossos, sangue, carne e órgãos, seriam pura matéria estrelar, que estaria evoluindo para a mais fantástica e mais sofisticada evolução biológica já realizada por algum ser vivente. E seria tão antigo como o próprio universo, pois teriam sido forjados pelas reações nucleares que ocorreram nas estrelas que explodiram...
Tudo faz supor que, devido às condições existentes no passado do planeta Terra, a vida teria conseguido “saltar” do químico para o biológico, já que o “milagre da vida” seria apenas o resultado de um interminável trabalho cooperativo, disputado pelos Entes, sob o comando do acaso, das possibilidades e da necessidade. Antes de crescer e se reproduzir, a “célula primitiva” teve primeiro que descobrir uma forma de se alimentar (ou seja, extrair energia do meio ambiente). E todos os seres vivos, são um registro dos acontecimentos evolutivos pelo qual, teriam passado as diferentes matérias-primas disponíveis, selecionadas pela sorte, o acaso, a necessidade e o meio ambiente. Pois não existe uma separação entre a vida química (ou seja, o inerte), e a vida biológica (ou seja, o vivente), mas sim, uma evolução, um aperfeiçoamento, uma continuação pré-destinada a um progresso sem fim, onde cada Ente tem a obrigação de sobreviver custe o que custar, já que a vitória do mais apto, na competição dos desiguais (por território, alimentos e parceiros sexuais), é uma seleção natural e um fator de aprimoramento da espécie.
È por este motivo que quando algum Ente vacila ou “joga errado”, suas chances são detonadas; pois além de não ser a missão do forte ter que se fundir com o fraco, mas sim, sobrepuja-lo, o “jogo” está sendo realizado contra o tempo, um parceiro invencível, implacável e que não admite erros.
À medida que o tempo foi passando, os Entes, foram ficando mais complexos e mais sofisticados; evoluíram, se adaptaram ao ar, as águas, a comida, ao clima e aos que interagiram com os mesmos; associaram-se. Os erros foram sendo eliminados; as partes foram se encaixando, aprenderam trabalhar em bloco, em menos tempo ou com maior eficiência; aprimoraram-se e num progresso sem fim, foram surgindo formas cada vez mais perfeitas; pois de acordo com as condições existentes no passado do planeta Terra, a “festa” ou milagre da vida, teria fatalmente que se realizar.
Os primeiros estágios da evolução, que teria acontecido numa atmosfera de gases simples como o hidrogênio, o amoníaco, o metano ou o vapor de água, teriam sido as associações e a fotossíntese, pois no início da vida, além dos seres primordiais, terem sido microorganismos unicelulares e anaeróbios, que viveriam sem o oxigênio, a vida teria precisado encontrar algo, como a água, que a pudesse proteger dos letais raios ultravioleta, provenientes do Sol. Embora nas presentes condições químicas e físicas da Terra, a vida não possa, mas surgir de maneira espontânea, pois os 21% de oxigênio existente, oxidariam as moléculas primordiais; como há bilhões de anos atrás, as condições químicas e físicas da Terra eram muitíssimo diferente, a vida teria conseguido emergir de um genoma primordial. O fato de que todos os seres vivos carregarem algum vestígio do que teria acontecido com os seus ancestrais... È uma prova do genoma primordial. Todos os espécimes possuem pelo menos uma característica especial em que seriam excelentes e não conseguiriam viver solitários, pois além do “impulso para formar associações colaborativas” ser uma das mais antigas e fundamentais forças da natureza, pelos conhecimentos atuais, sabemos que todo o universo, ainda estaria em transformação, já que a vida biológica não teria de fato “começado” mas sim, “continuado”, aja visto que, o solo que pisamos, seriam as cinzas dos nossos antepassados em eterno processo de mutação.